A mulher nos espinhos
Acordou de um sono pesado, depois de mais uma péssima noite, não queria levantar, a luz do sol passava sorrateiramente pela janela, machucando seus olhos entreabertos, seus ouvidos "aguçados" ouviam o cantar dos pássaros, o relógio beirava o meio dia.
Feito morto vivo levantou-se e foi preparar o café, o cheiro de cafeína pela casa fazia seus nervos entrarem em êxtase.
Não quis lavar a louça do café, em frente ao espelho se entre olhava e não se reconhecia.
Envelhecerá sem ajuda do tempo, suas expressões naturais deixaram de existir, em seu lugar existiam marcas roxas quase que permanentes, marcas que acabará com o frescor da juventude.
Acende um cigarro e fala em alto e bom som a primeira frase do dia:
- Filho da “puta” – Pausa, pensa, gosta, repete
- Filho da “puta”, filho da “puta”, filho da “puta”
Joga o cigarro ao chão, pisa fundo, imaginando ser o homem que destruirá sua face na noite anterior.
Pausa...
... Respira fundo.
Pensa consigo mesma:
- “É a última vez”